quinta-feira, 25 de maio de 2017

Obesidade, a doença do século 21

Jornais, revistas, programas na televisão; nos mais diversos veículos de difusão de informação e conhecimento, o tema OBESIDADE é uma presença constante. O termo OBESIDADE gera 8,1 milhões de hits no Google (maio de 2017). Além disso, ao longo da história da medicina, já foram publicados mais de 260 mil artigos científicos a seu respeito.
Por que as pessoas se interessam tanto por este tema? A principal razão é o rápido aumento do número de pessoas obesas no mundo. Somos hoje 7,5 bilhões de pessoas habitando a terra, das quais, 600 milhões são obesas. Nos últimos 50 anos, enquanto a população da terra dobrou, o número de pessoas obesas aumentou 30 vezes. Uma verdadeira explosão na prevalência mundial de obesidade. Praticamente todo mundo tem algum parente ou amigo obeso.
Infelizmente apesar de inúmeras campanhas e grande disseminação de informações a respeito da obesidade, as coisas não estão melhorando. A Organização Mundial de Saúde prevê que o número de pessoas obesas deverá dobrar dentro dos próximos 20 anos. Ou seja, obesidade é a doença do século 21.
Se tornar obeso não é apenas um problema de estética, um desvio do padrão de beleza adotado pela sociedade. Não! Se tornar obeso significa aumentar consideravelmente a chance de adquirir uma série de outras doenças. Significa aumentar a chance de ter uma qualidade de vida insatisfatória. Significa aumentar a chance de morrer mais cedo do que se fosse magro.
As doenças que mais se associam à obesidade são: diabetes (aumento de glicose/açúcar no sangue), hipertensão (aumento da pressão arterial; ou seja, da pressão que o sangue tem dentro dos vasos sanguíneos) e dislipidemia (aumento de colesterol e/ou triglicérides no sangue). Por causa destas doenças, as pessoas podem sofrer ou morrer mais cedo devido a infarto do miocárdio (obstrução dos vasos sanguíneos que irrigam o coração), acidente vascular cerebral (chamado popularmente de derrame, que se deve a obstrução de vasos sanguíneos que irrigam o cérebro), insuficiência renal ou outros problemas da circulação do sangue. A obesidade também está associada a alguns tipos de câncer, como o câncer do fígado e do intestino grosso. Assim, ao desenvolver obesidade, uma pessoa passa a conviver com um grande risco que afeta de forma bastante abrangente a sua saúde.
Obesidade é o resultado da combinação de dois fatores: o aumento da quantidade de calorias que se adquire com a alimentação, e a diminuição da quantidade de calorias que se gasta com atividade física. Assim, de forma simplificada podemos considerar que uma pessoa pode se tornar obesa se comer muito e se exercitar pouco. Infelizmente, um número grande de pessoas no mundo come muito e se exercita pouco. Muitas vezes a culpa para este comportamento não é da pessoa, mas da forma como a sociedade evoluiu nos últimos anos. Por causa da mudança do tipo de trabalho e de mudanças na forma como se preparam os alimentos, a sociedade moderna tende a adotar costumes que favorecem o desenvolvimento da obesidade. Trabalhar em escritórios e comer fast-food se tornou um símbolo do desenvolvimento econômico e social, um símbolo do ser humano moderno. Este é exatamente um dos estilos de vida que mais favorece o desenvolvimento da obesidade.

A melhor forma de combater a obesidade é evitando que ela se desenvolva. Para tal, desde cedo na vida, deve se adotar uma alimentação saudável e praticar um pouco de atividade física. Para aqueles que já são obesos existem uma série de tratamentos que vão desde abordagens comportamentais, ou seja, tratamentos que tem por objetivo modificar os hábitos alimentares e estimular a prática de exercícios físicos, até tratamentos com medicamentos e mesmo cirurgias. Infelizmente, muitos conceitos e recomendações equivocadas a respeito da obesidade são publicadas com frequência em revistas, sites e blogs. Aqui no Blog Ciência & Saúde obesidade e as doenças que a acompanham serão temas frequentes. Levaremos aos nossos leitores conceitos atuais e cientificamente corretos a respeito de vários aspectos destas condições. Este é o texto inaugural do Blog Ciência & Saúde, seja muito bem vinda(o).

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